quarta-feira, 26 de maio de 2010

Joaquim (2/3)

"Joaquim seguiu seu caminho. Nessa fase de sua vida, já saia e descobria novos cidades, novas pessoas, e novos amigos. Trabalhava como viajante, e isso fazia com que se relacionasse todo mundo. E, talves por superstição, carregava sempre sua pedra, que o fazia sentir melhor durante as longas jornadas...

Ficou conhecido por seus méritos e façanhas mercantis, e o povo de seu vilarejo já o reconhecia por isso. Realmente, Joaquim se orgulhava por tudo o que conseguira em tão pouco tempo, e continuava tocando sua trilha...

...mas, de novo, a pedra começava a dar sinais diferentes. Variava constantemente de brilho e calor, diversas vezes ao longo de um dia de estrada. Mesmo sem entender direito, Joaquim mantinha ela ali consigo, um pouco confuso, mas determinado a tê-la em seu porte.

E, enfim, quando voltava de uma de suas viagens, descobriu o motivo que fazia sua pedra ficar tão confusa: de novo, numa festa em sua aldeia, conhecera uma garota... dessa vez, uma pequena espanhola, que trazia muita energia e alegria em seus movimentos, e algo diferente no olhar...

Ao mesmo tempo que a notara, sentia seu bolso em chamas, como se algo ali quisesse saltar para fora! Joaquim não aguentou, e receoso, quis lhe entregar a pedra também, como da 1ª vez..

A tal espanhola olhou-o com curiosidade por um instante. Observou-o por completo, dos pés à cabeça... abriu um sorriso, e segurou a rocha incandecente nas mãos, como se pegasse uma maça brilhosa. Diferente da 1ª, essa manteve consigo a rocha, que jamais havia brilhado tanto...
Feliz, Joaquim aproveitou o resto de sua noite, sabendo que tinha feito o certo, e entregara seu presente para alguém especial.

Noutro dia, seguiria viagem novamente. Porém, algo lhe faltava... o calor que sempre andara ao seu lado já não possuía mais. Ao se dar conta, a mesma espanhola da noite anterior viera ao seu encontro, com uma pedra parecida com a sua nas mãos, e lhe disse:
-"Desculpe, mas ela parou de brilhar assim que o senhor se afastou. É melhor mantê-la contigo, para que volte a ser o que sempre foi..."
E Joaquim mais uma vez recolheu a rocha, que voltara a brilhar intensamente assim que a possuia em mãos. A tal espanhola sorriu novamente, virou-lhe as costas e sumiu em meio a criançar que brincavam ali perto...

Ele entendeu. Talvez não fosse culpa dela, nem mesmo dele...mas o destino daquela pedra era ficar por perto, para que mostrasse sua fonte plena sempre, sem perder a raiz..."

(Continua...)

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